Destino

Desde a primeira vez que vimos máscaras inteiras expressivas em ação ficamos curiosos para saber que tipo de espetáculos estas máscaras poderiam criar

Sobre o Processo
Desde a primeira vez que vimos máscaras inteiras expressivas em ação ficamos curiosos para saber que tipo de espetáculos estas máscaras poderiam criar. Iniciamos os estudos sobre elas em julho de 2018, quando confeccionamos as primeiras e ficamos fascinados com suas expressões humanas, dramáticas e com seu silêncio pleno de conteúdo.

Nos inspiramos no grupo alemão Familie Flöz, mas não queríamos reproduzir aquele trabalho europeu. Queríamos partir dele para chegar no que nos caracteriza e nos expressa. Então, confeccionamos máscaras com a nossa cara brasileira e com o nosso jeito de ser no mundo, procurando compreender o que nos mostravam quando se encontravam, que situações provocavam e o que traduziam sobre nossa realidade. Do encontro entre elas e delas conosco resultou

“DesTino – quando o que está dito não
precisa de palavras”.

Nesse momento, em que nosso país passa por uma avalanche de incertezas e não encontramos palavras justas para descrever o que nos acontece, nos parece que nada seria melhor que máscaras inteiras, que não usam as palavras, mas se expressam através de movimentos, gestos e ações de seus corpos, para compartilhar com o público nosso olhar de indignação sobre esta realidade. Não consideramos que lidamos com personagens, nem com arquétipos, como costumamos fazer com as máscaras que nos são bastante conhecidas, desta vez adentramos um território diferente: máscaras com caras de pessoas, mas acima de tudo máscaras com temperamentos e forças que pertencem à natureza humana.

Sonorização, iluminação e cenografia tornaram-se parceiras de cena na composição das narrativas de cada fragmento, contracenando com os movimentos das máscaras e com a corporeidade de artistas da cena.

Nosso caminho está na formulação de perguntas mais do que na proposição de respostas e por isso nos sentimos desafiados. Este espetáculo, que nos fez reviver o aprendizado das primeiras experiências com as máscaras teatrais, nos pediu coragem durante o percurso que nos tirou do conforto a fim de alcançar a necessária confiança para, depois de 20 anos de trabalho contínuo nesta linguagem, “re-começar”.

Sobre o espetáculo
“DesTino - quando o que está dito não precisa de palavras”, é um chamado poético, uma preocupação sensível, uma convocação afetiva. Com máscaras inteiras expressivas, criadas para este espetáculo sem palavras, rimos e choramos, brincamos e refletimos, mas acima de tudo, nos sensibilizamos com nossa trágica realidade: que futuro queremos para nós? Este espetáculo procura nos sensibilizar para a iminência de um futuro anunciado pelas consequências de nossa ilusória inocência.

Sinopse
Nosso espetáculo é uma ficção, sem palavras, conduzida por máscaras inteiras, que não falam, mas se expressam profundamente. Em nossa história um trem faz sua viagem conduzido pelo destino, que vai se anunciandoatravés de paisagens que retratam fragmentos da vida de figuras que cruzam seus caminhos chegando, invariavelmente, aseu único fim. Numa mistura de alegria, medo, opressões, generosidades, solidão e mistérios, o desfecho se anuncia no decorrer do trajeto, mas não é evitado. Resta-nos a perplexidade diante dos fatos.

Ficha Técnica

Atuação: Cadu Ramos, Carol Novaes, Cintia Birocchi, Esio Magalhães, Fernando Fubá e Kara Catharina.
Direção e Dramaturgia: Tiche Vianna
Composição e Direção Musical: Marcelo Onofri
Músico Convidado: Gabriel Pelegrino
Captação, Mixagem e Masterização: Mário Porto
Máscaras: Cadu Ramos, Carol Novaes, Cintia Birocchi, Esio Magalhães, Fernando Fubá, Kara Catharina e Tiche Vianna
Assessoria Máscaras: Fábio Cuelli
Cenografia: Esio Magalhães, Helena Goes Monteiro Bossolan e Mariana Girardi Francisco
Execução cenográfica: Elias Abraham (Buenos Cenários)
Figurinos: Antônio Apolinario
Assistente de Figurino: Cintia Birocchi
Iluminação: Karen Mezza
Design Gráfico: Cadu Ramos
Produção Audiovisual e Fotografia: Batuq Produções
Operação de som: Graziela Garbuio e Virgílio Guasco
Produtora Executiva: Cau Vianna
Produção: Barracão Teatro
Gênero: Máscaras Inteiras Expressivas
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos

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